sexta-feira, 18 de abril de 2014

Embaixador do Brasil no Japão defende classe trabalhista

André Corrêa do Lago esteve em Hamamatsu para um encontro com a comunidade no prédio do consulado

Embaixador do Brasil no JapãoApós visita a uma escola brasileira e audiência com o prefeito de Hamamatsu (Shizuoka), Yasutomo Suzuki, o novo embaixador do Brasil no Japão, André Corrêa do Lago, 54, recebeu a comunidade no Consulado do Brasil em Hamamatsu, na quarta-feira.

O cônsul-geral do Brasil em Hamamatsu, José Antonio Gomes Piras, deu as boas vindas e, após as palavras de apresentação, foi aberto um debate sobre a atual situação da comunidade brasileira.

A questão educacional foi a mais abordada durante o encontro. São casos de pais que não comparecem à reunião escolar por falta de tempo ou a não compreensão do idioma japonês; incapacidade de ajudar os filhos nas tarefas escolares; problemas de deficiência mental, adaptação, falta de motivação, carência de psicólogos e demais profissionais.

O empresário Marcos Yamanaka levantou a questão comercial e a dificuldade das empresas japonesas investirem no Brasil, devido aos problemas burocráticos e altas taxas tributárias.

Apenas um trabalhador presente defendeu sua classe. Ele se apresentou como Bruno: "Discutimos muito sobre a questão educacional, como será o futuro das crianças, mas e quanto ao futuro dos pais com relação ao emprego? Nosso contrato é de dois meses, não temos estabilidade. Como podemos ter estrutura para educar nossas crianças? Precisamos de mais respaldo trabalhista."

O embaixador defendeu a classe trabalhista: "A comunidade brasileira existe no Japão por uma questão de trabalho. Por mais que a educação seja a questão número um que me é sempre apresentada, ela existe porque a questão do trabalho provocou a presença de brasileiros no Japão. A questão do emprego também é a razão da comunidade brasileira estar minguando no Japão. Um ponto chave é questão da concorrência com trabalhadores asiáticos. Eles aceitam vir ao Japão em condições inferiores em relação aos brasileiros, uma vez que os brasileiros já estão estabelecidos no Japão. Esse é um problema gravíssimo e me comprometo a falar com autoridades japonesas. Uma comunidade com uma tradição como a nossa, que traz serviços de contribuição ao Japão, precisa ter um tipo de consideração diferente. Esse é um novo desafio. Se a comunidade japonesa se integrou no Brasil por que a brasileira não pode se integrar no Japão?"

Bacharel em Ciências Econômicas pela UFRJ, André Corrêa do Lago é diplomata desde 1983 e exerceu funções em Brasília, Madri, Praga, Washington, Buenos Aires e em Bruxelas trabalhou na missão junto à União Europeia. Como embaixador, este é o primeiro posto que ocupa. Antes de ser nomeado para Tóquio, o diplomata ocupava o cargo de diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores.
Fonte: Alternativa

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